O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE VACINAS?

Por: Katia Sanches Françoso e Marco Antonio Stephano

(traduzido e adaptado do site https://www.who.int/vaccines/questions-and-answers)


O que é vacinação?

A vacinação é uma maneira simples, segura e eficaz de proteger as pessoas contra doenças infectocontagiosas, antes que sejam atingidas. Ela usa as defesas naturais do corpo para criar resistência a infecções específicas e fortalecer seu sistema imunológico, através do agente patogênico (como vírus e bactérias) atenuado, morto ou de parte dele.


O que é uma vacina?

A vacina auxilia seu sistema imunológico a criar anticorpos abundantes e específicos, assim como quando exposto a uma doença. No entanto, como as vacinas contêm apenas formas mortas, enfraquecidas ou partes de agentes patogênicos como vírus ou bactérias, elas não causam a doença nem provocam complicações.

A maioria das vacinas é aplicada por injeção. Já, algumas, são administradas por via oral ou pulverizadas no nariz.


Como funciona uma vacina?

Uma vacina faz o sistema imunológico responder, reconhecer o agente invasor (vírus, bactérias, parasitas ou fungos) e produzir anticorpos. Anticorpos são moléculas produzidas, naturalmente, pelo sistema imunológico para combater doenças. 

A vacina cria, também, uma memória sobre a doença e como combatê-la. Se houver uma nova exposição ao germe, o sistema imunológico poderá destruí-lo, rapidamente.

Nosso sistema imunológico é projetado para lembrar. Uma vez exposto a uma ou mais doses de uma vacina, normalmente, cria proteção contra uma doença por anos, décadas ou até uma vida inteira. É isso que torna as vacinas tão eficazes. Em vez de tratar uma doença depois que ela ocorre, as vacinas impedem o adoecimento.

A vacina é, portanto, uma maneira segura e inteligente de produzir uma resposta protetora no organismo, sem causar doenças.


Por que devo me vacinar?

Sem a vacinação existe o risco de adquirirmos doenças graves e termos sequelas incapacitantes. Muitas podem ser fatais. A OMS estima que as vacinas salvam entre 2 a 3 milhões de vidas a cada ano.

Embora algumas doenças possam ter se tornado incomuns, os germes  que as causam continuam a circular em algumas (ou em todas!) as partes do mundo. Atualmente, as doenças infecciosas podem, facilmente, atravessar fronteiras e infectar qualquer pessoa que não esteja protegida.

Duas são as principais razões para se vacinar: proteger a si mesmo e as pessoas ao redor. Como nem todos podem ser vacinados (por exemplo bebês muito pequenos, pessoas gravemente doentes ou quem tem certas alergias) estes dependem dos que se vacinam para não serem contaminados. 


Para quais doenças já existem vacinas?

Hoje, temos vacinas para câncer do colo do útero (HPV), cólera, difteria, hepatites (A e B), gripe (Influenza), encefalite japonesa, sarampo, meningite (menigocóccica e haemophylus), caxumba, coqueluche, pneumonia, poliomielite, raiva, rotavírus, rubéola, tétano, febre tifóide, varicela (catapora) e febre amarela. Por outro lado, ainda não temos vacina para a COVID-19 e há uma grande corrida mundial em busca do seu desenvolvimento.

Algumas outras vacinas estão em desenvolvimento ou em fase de teste, incluindo aquelas que protegem contra o ebola ou a malária, mas ainda não estão amplamente disponíveis. 

Nem todas vacinas são necessárias em todos países. Algumas só precisam ser administradas antes de uma viagem para áreas de risco ou para pessoas em ocupações de alto risco. Apenas um profissional de saúde pode dizer quais vacinas são necessárias para cada um.


Quando me vacinar ou vacinar um filho?

As vacinas protegem ao longo da vida e em diferentes idades.

Na maioria dos países, cada pessoa recebe um cartão de vacinação que informa quais vacinas, quando tomar, em que idade, se tem outras doses ou doses de reforço. É importante garantir que a vacinação esteja sempre atualizada. Adiar uma vacina significa ficar exposto a uma doença ou, pior, a uma pandemia. 

(Acesse o calendário de vacinal de 2020 aqui)


Por que a vacinação começa em idade tão jovem?

As crianças pequenas podem ser expostas às doenças no dia-a-dia, em muitos lugares e por pessoas diferentes. Isso as coloca em sério risco. O cronograma de vacinação, recomendado pela OMS, foi elaborado para proteger bebês e crianças pequenas, o mais cedo possível. Esses correm maior risco porque seus sistemas imunológicos ainda não estão totalmente desenvolvidos e, por isso, são menos capazes de combater infecções. Portanto, é muito importante que as crianças sejam vacinadas no momento recomendado.


Se perder ou atrasar uma vacina posso recuperar esse tempo?

Nunca é tarde para recuperar o atraso na maioria das vacinas. Converse com um profissional de saúde sobre como obter as doses de vacinação perdidas. 


Quem pode ser vacinado?

Quase todo mundo pode ser vacinado. No entanto, devido certas condições, existem pessoas que não devem tomar algumas vacinas ou devem esperar antes de tomá-las. Essas condições podem incluir doenças ou tratamentos crônicos (como quimioterapia) que afetam o sistema imunológico, doenças autoimunes (sobre essas é necessário consultar um profissional de saúde), alergias graves e com risco de vida aos ingredientes da vacina (muito raras) ou doença grave e febre alta no dia da vacinação. 

Esses fatores geralmente variam para cada vacina. Na dúvida é fundamental conversar com um profissional de saúde. 


Quais os componentes de uma vacina?

Todos os ingredientes de uma vacina desempenham papel importante para garantir que seja segura e eficaz.  O antígeno, por exemplo, é uma forma morta ou enfraquecida de um vírus ou bactéria ou parte do agente causador, que auxilia o nosso organismo a reconhecer e combater a doença, se a encontrarmos. Os adjuvantes aumentam nossa resposta imunológica (ajudam as vacinas a funcionarem melhor). Os conservantes garantem a eficácia da vacina. Os estabilizadores protegem a vacina durante o armazenamento e transporte.

Todos os componentes são exaustivamente testados e monitorados para garantir sua segurança. Quando listados em um rótulo podem parecer estranhos. No entanto, muitos existem, naturalmente, no corpo, no ambiente e nos alimentos que ingerimos. 


Existem efeitos colaterais das vacinas?

É importante frisar que as vacinas são seguras e os efeitos colaterais, em geral, são leves e temporários. 

Como qualquer medicamento, as vacinas podem causar efeitos adversos leves, como febre baixa ou dor e vermelhidão no local da injeção. Reações leves desaparecem por conta própria, dentro de alguns dias, geralmente em 72h.

Efeitos colaterais graves ou duradouros são extremamente raros (só um em dez milhões). As vacinas são monitoradas continuamente quanto à segurança, para detectar eventos adversos raros. 


Uma criança ou um adulto podem receber mais de uma vacina por vez? 

Evidências científicas mostram que administrar várias vacinas ao mesmo tempo não tem efeito negativo. Todos somos expostos a centenas de substâncias estranhas que desencadeiam uma resposta imune, todos os dias. O simples ato de comer introduz novos germes no corpo e inúmeras bactérias vivem na boca e no nariz.

Quando é possível uma vacinação combinada (por exemplo, difteria, coqueluche e tétano), isso significa menos injeções e reduz o desconforto. Isso também significa receber a vacina certa, no momento certo, evitando o risco de contrair uma doença que pode ser mortal.

Porém, ao tomar uma ou várias vacinas ao mesmo tempo, é necessário aguardar pelo menos 21 dias para uma nova imunização, devido ao aumento de substâncias inflamatórias (as chamadas citocinas inflamatórias) no organismo.


Existe uma ligação entre vacinas e autismo?

Não há evidências de qualquer ligação entre vacinas, autismo ou distúrbios autistas. Isso foi demonstrado em muitos estudos, realizados em grandes populações.

O estudo de 1998, que levantou preocupações sobre uma possível ligação entre a vacina contra o sarampo, caxumba e rubéola (MMR) e o autismo, mais tarde, foi considerado seriamente falho e fraudulento. O artigo foi posteriormente retirado pelo periódico que o publicou e o médico que o publicou perdeu sua licença médica. Infelizmente, sua publicação criou um medo que levou à queda das taxas de imunização em alguns países e subsequentes surtos dessas doenças.

É necessário garantir que sejam compartilhadas apenas informações científicas confiáveis ​​sobre vacinas e as doenças que elas previnem.


Nem tudo foi esclarecido. Que fazer?

Se você ainda tiver dúvidas sobre vacinas, não deixe de falar com o seu profissional de saúde que pode fornecer conselhos científicos sobre vacinação, incluindo o cronograma recomendado no Brasil.

Ao procurar informações on-line sobre vacinas, consulte apenas fontes confiáveis. Para ajudá-lo a encontrá-las, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revisou e certificou muitos sites em todo o mundo. Estes fornecem apenas informações baseadas em análises e evidências científicas confiáveis. 

O site do Ministério da Saúde (https://saude.gov.br/) possui muita informação sobre o uso de vacinas, bem como uma relação de “Fake News” que circula nas mídias sociais (https://saude.gov.br/fakenews).


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