A professora da FCF Silvia Berlanga de Moraes Barros teve a honra de ser reconhecida pelo 2021 Distinguished Toxicologist Award, prêmio oferecido pela Hispanic Organization of Toxicologists, uma seção especial da Sociedade Americana de Toxicologia. Ela é a primeira brasileira premiada pela organização e suas contribuições para o meio científico provam que ela é merecedora de tal feito.
Academia
Entrou na graduação em Farmácia – Bioquímica na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP em 1968, e já nesse período, por volta de 1970, era bolsista FAPESP de Iniciação Científica, dando início a sua jornada como pesquisadora. Assim que se formou, iniciou o seu mestrado em 1973 já na área de Toxicologia. Silvia continuou na área acadêmica e, em 1980, terminou seu doutorado na área, também pela FCF-USP.
Em 1974, durante seu mestrado, foi contratada como auxiliar de ensino da Faculdade, na disciplina de Patologia Geral e depois, durante o doutorado, assumiu a responsabilidade pela disciplina. Desde então, continuou lecionando como professora associada após o doutorado e, enfim, se tornou professora titular da FCF em 1993. Em 2003, a Profª Silvia se aposentou, mas continuou em contato com a Universidade como professora sênior, mantendo essa posição até hoje.
Ciência
O fazer científico, a pesquisa, fazia parte da carreira universitária que a professora seguiu. Quando começou na área de Toxicologia, pesquisou sobre o uso de inseticidas, analisando seus impactos e mecanismos de ação tóxica, a fim de otimizar seu uso e reduzir possíveis danos. Ela afirma: “esse foi o meu olhar para a pesquisa, olhando a toxicologia de modo à solução de problemas”.
Em seguida, ela conta para a FCF que, acima de tudo, a pesquisa sempre foi prazerosa e que, sem dúvidas, a curiosidade humana é também um fator que incentiva a busca por novas descobertas. Hoje é possível ver seu legado no Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, vendo como os laboratórios cresceram e estão cada vez mais promissores com todo o equipamento necessário.
Premiação
Toda sua jornada se reflete também no seu reconhecimento pela comunidade científica com o recebimento em 2021 do Distinguished Toxicologist Award por sua relação com a Hispanic Organization of Toxicologists (HOT) e suas contribuições para ela e para a Sociedade Americana de Toxicologia.
Silvia já foi presidente da Sociedade Brasileira de Toxicologia (SBTox) e, em 2001, se associou à Sociedade Americana de Toxicologia. Em 2004, por indicação da SBTox, foi eleita diretora da União Internacional de Toxicologia (IUTOX). A professora explica que, com seu contato com as sociedades científicas, ela começou a entender a Toxicologia de modo mais internacional. “Eu conheci novas ideias, novas cabeças, organizei alguns eventos aqui no Brasil na área de avaliação do risco toxicológico com a SBTox e a IUTOX”, afirma.
Seu contato mais específico com a HOT é também palco de pioneirismos. A HOT é um ramo da Sociedade Americana de Toxicologia, que foi criada para incentivar a participação dos hispano-americanos na Toxicologia. Desse modo, quando Silvia, a primeira brasileira, começa a se aproximar do grupo, já fica clara sua importância para a ciência nacional e representatividade dela no exterior. Ela foi conselheira da HOT por dois anos e então eleita posteriormente para a presidência da organização. Em 2021, a Professora foi indicada e recebeu o prêmio, com muito orgulho e prestígio, representando todo o país pelas suas conquistas no espaço científico.
Futuro
Por fim, Berlanga se despede com alguns dizeres para os futuros farmacêuticos e cientistas. “As Ciências Farmacêuticas têm o poder de mudar a saúde da população”, ela diz, “o farmacêutico é o responsável pela promoção da saúde, e eu acho que os alunos das Ciências Farmacêuticas têm que ter esse olhar, porque eles têm um papel preponderante em todas as suas áreas de atuação.”